quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Nós e os Outros

*Por Reinaldo Müller (Consultor de Marketing e Vendas - Instrutor de Vendas - Especialista em Gerência de Vendas pela ADVB-SP - Multiplicador de ENDOMARKETING (Planeta Marketing/SP)

O que uma pessoa pensa, sente e percebe sobre os outros e sobre si mesma, tem importância direta de como ela se comporta. A sua forma de pensar cria uma emoção e essa emoção cria um comportamento respectivo.
As pessoas sempre querem ser “elas mesmas”, e desejam serem supridas em suas expectativas, carências e necessidades específicas, individualizadas. Entretanto, o convívio social nos obriga a ter um conjunto de condutas, “socialmente habilidosas” na expressão de nossos pensamentos, sentimentos, crenças e desejos.
O comportamento socialmente habilidoso reduz os conflitos interpessoais minimizando polêmicas, controvérsias, antagonismos... E até brigas! Mas, nem sempre isto é possível. Estamos, biologicamente, condicionados à reação “lutar ou fugir” (quando ameaçados) e a proteger nosso campo de percepção pessoal para sustentarmos nossa auto-estima, e mantermos um mínimo de equilíbrio emocional. As pessoas têm o direito de pensar o que quiserem a nosso respeito. Isto é um direito “delas”! Nós, não somos obrigados a agradar a todos e nem esperar sermos agradados por todos. Tudo que falarmos ou fizermos será sempre percebido e avaliado pelo juízo (interno) que as pessoas já fizeram de nós.
E não é hábito das pessoas analisarem o “contexto” em que as nossas ações, atitudes e comportamentos estão (ou estavam) inseridos, somos julgados pelo estereótipo, pelo clichê já pré-fixado nas mentes das pessoas pelos nossos acontecimentos pessoais passados. Às vezes, alimentamos mudanças em relação à certas pessoas que conhecemos, porque entendemos que seja melhor para esta pessoa, “a mudança que propomos” (ou desejamos... imaginamos... para ela!). Contudo, ELA pode não pensar exatamente, assim e a pessoa, também, pode ter expectativas de mudanças em relação a NÓS. As pessoas estão sempre falando de coisas que são valores, desejos, crenças... Conteúdos... Delas! As “verdades” que estas pessoas expressam, são “verdades delas”, e muitas vezes, elas não têm nenhuma afinidade com “a forma de pensar” da pessoa que está escutando-a. Portanto não se angustie com pensamentos negativos a respeito dos Outros, ou de si mesmo! Infelizmente, e erroneamente, nós avaliamos, percebemos e julgamos as pessoas nas suas condutas, e entendemos que de fato, sejam as expressões pessoais “autênticas” dos pensamentos, emoções e sentimentos delas, mas, isto é uma visão superficial!
Desconhecemos “as razões íntimas” das pessoas, suas motivações (algumas, até... inconscientes... para elas próprias!) e não sabemos de suas instâncias psíquicas e emocionais, inclusive, quais “são as forças” que estão atuando, agindo naquela pessoa, naquela circunstância, ignoramos, também, os conteúdos mentais desta pessoa, decorrentes de seu histórico pessoal, sua saúde física e mental, etc. Acreditamos que detemos a VERDADE sobre aquela pesso, quando ignoramos a nossa própria VERDADE!
Nós, humanos somos seres falhos, imperfeitos, contraditórios. Por vezes, somos radicais, extremistas, inflexíveis, rancorosos, amargurados, agressivos e implacáveis. OUTRAS vezes somos carinhosos, tolerantes, flexíveis, compreensivos (e precisamos a aprender o PERDÃO). Reproduzimos em nossas ações, atitudes e comportamentos, “os modelos” de nossa infância: a forma com que fomos educados, tratados, criados, amados (ou não amados) pelos nossos pais. O meio ambiente, a escola, os contatos interpessoais, as nossas experiências infantis reais (ou imaginadas). Nós, compulsoriamente, desenvolvemos “transferências emocionais” negativas, E projetamos no(s) outro(s), aquilo que nos incomoda, atribuindo ao(s) outro(s), aquilo que “nós mesmos somos” ou, então, estamos sendo influenciados ou vitimados pelas nossas dificuldades pessoais presentes em nossa vida presente ou passada.
Lembre-se: Você não lê os pensamentos dos Outros e nem DECIFRA as emoções e os sentimentos deles!
Não se perca em sentimentos de preocupação, desconfiança, dúvida, raiva ou rancor, tentando entender ou legitimar os Sentimentos dos Outros, se defendendo de coisas imaginárias!
Oriente-se pela sua própria VERDADE, sem agredir ou diminuir os outros, achando que TODOS estão equivocados. E só você está certo!
E mesmo que não lhe pareça claro; “as pessoas são como elas conseguem ser, querem ser, gostam de ser ou entendem que precisam ser” Se assim não fosse, elas procurariam os meios para mudarem a si próprias!

Acima de tudo, seja bom. A bondade, mais do que qualquer outra coisa desarma os homens."
Lacordaire

3 comentários:

  1. Este texto Nós... E os Outros... é simplesmente fantástico. Parabéns ao autor!

    ResponderExcluir
  2. Ótimo artigo! Brilhante!

    Dra.Lúcia Ribeiro - psicóloga

    ResponderExcluir
  3. Antonio Cardoso Bastos27 de janeiro de 2011 às 07:34

    É inegável o excepcional talento literário do Reinaldo Müller além, de seu legítimo conhecimento sobre o assunto. A sua produção textual é uma "PÉROLA"!

    ResponderExcluir