terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Familia e a Organização Contemporanea

*Por Minhaco Jr., Geraldo
**Citações de DUFOUR, D. As Angústias do Indivíduo Sujeito, CORRÊA, A. I. G. - O Adolescente e Seus Pais., VAITSMAN, J. - Flexíveis e Plurais: Identidade, Casamento e Famílias em Circunstâncias Pós-Modernas

A família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições, também é um grupo de pessoas, ou um número de grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou estipulada) a partir de um ancestral comum, matrimonio ou ADOÇÃO . Nesse sentido o termo confunde-se com clã, dentro de uma família existe sempre algum grau de parentesco (as vezes, quer nós gostamos ou não). Membros de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes diretos. A família é unida por múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as gerações. É na família que conhecemos os nossos primeiros amores e desamores, com ela crescemos e aprendemos. É a partir da família, vulgo pai e mãe, que a nossa personalidade se desenvolve, sem falar dos genes transmissíveis de geração para geração, não é por acaso que a família é a instituição social mas antiga do mundo.
Chama-se Instituição Social, precisamente, porque é no seio da família que o processo de socialização se inicia: interação entre pais e filhos, entre irmãos, avós
Com a entrada no pré-escolar somos inseridos numa sociedade maior onde vamos interagir com pessoas estranhas ao nosso meio familiar, mas que é necessário e urgente para que a sociabilização seja saudável e sustentada. O conceito de família, nos dias que correm, também sofreu algumas alterações (as famílias já não são o que eram) resultado de profundas alterações na estrutura da sociedade: aumento da taxa de divórcios, a integração cada vez maior das mulheres no mundo do trabalho, baixo índice de nupcialidade e de natalidade, etc com conseqüências na estrutura familiar.
Hoje, falam-se de famílias monoparentais, mães celibatárias, casais com um único filho, ou mesmo sem filhos, não falando da novidade séc. XXI, casais homossexuais com filhos, portanto é muito importante repensarmos nas nossas novas famílias, ás crianças não lhes podemos recusar dar o que recebemos na nossa infância e que tanto gostamos e saborearmos, faz parte da evolução da sociedade, é uma questão de aprendizagem e aceitação, desde que o AMOR prevaleça.
Uma criança de sete anos deseja ter uma mãe “normal” porque sua mãe trabalha o dia todo e estuda à noite, enquanto ela passa o dia num hotelzinho. Um dia ela percebe que a sua mãe é diferente da mãe de seus coleguinhas porque ela nunca foi buscá-la na escola.
Estudos científicos confirmam que a relação familiar pode exercer influências sobre o desempenho dos profissionais liberais e dos funcionários de qualquer empresa ou organização. Em alguns aspectos até mesmo a hereditariedade biológica influencia profundamente o desempenho e a produtividade de qualquer pessoa no ambiente social em que vive, na empresa ou organização para a qual trabalha, etc. Existem influências socioculturais, ou seja, provenientes do meio em que a pessoa foi criada e educada. Muitos estudos confirmam que tais influências incidem sobre o psiquismo da pessoa, fazendo, por exemplo, com que esta interprete seus próprios pais e mães como liberais ou ditadores, benevolentes ou perseguidores, e assim por diante. A interpretação pessoal em relação a seus próprios pais e a outros familiares induz a pessoa a utilizar a negação ou a confirmação, a admiração ou a inveja, a colaboração ou o desprezo, etc., como mecanismos psicológicos de defesa.
A descoberta de seu tipo psicológico pode ajudar a própria pessoa a entender por que ela se interessa muito mais por algumas coisas do que por outras e a entender o que motiva as outras pessoas da família, do local de trabalho, da igreja da qual participa, etc.
Para Dufour (2001), a nova condição subjetiva dos indivíduos é a da perda de referenciais, a ausência de amparo e de um enunciador coletivo com credibilidade. O ser humano não deve sua existência a si mesmo, mas a um Outro. Esta figura do Outro garante ao sujeito “uma permanência, uma origem, um fim, uma ordem”. Permite ainda a função simbólica, na medida em que dá ao sujeito um ponto de apoio para que seus
discursos se baseiem num fundamento, funcionando como modelos de identificação.
Neste sentido, com as exigências do mundo do trabalho hoje, o contato entre pais e filhos diminui cada vez mais em proporções extremadas. Se antes o jovem, mesmo imaturo internalizava uma diretriz de conduta, hoje com tal distanciamento dos modelos identificativos, a função de transmissão de valores fica direta ou indiretamente conferida à mídia e às escolas. É importante observar ainda que pai e mãe sentem-se esmaecidos, confusos, ambivalentes quanto aos seus papéis e quanto aos valores a serem transmitidos. A exposição a que estamos submetidos pela avalanche das transformações sociais, culturais e econômicas acaba por alterar os códigos e valores que são usados na formulação que possamos fazer de nós mesmos e da família. (CORRÊA, 2000), A volta de comportamentos que estabelecem limites ao individualismo, pode fazer talvez, da família novamente um porto seguro num mundo sem coração (VAITSMAN, 1994).
Muitas das vezes as forças e funções motivadoras tem origens ao mesmo tempo biológicas e psicológicas. Manifestam-se através de estímulos conscientes e inconscientes que determinam o comportamento de cada pessoa e por isto, sem sombra de dúvida, determinarão o sucesso ou o fracasso de um projeto, de um sistema de trabalho ou de uma meta a ser atingida pela pessoa, empresa ou organização.

"Não é carne e sangue, mas o coração que nos faz pais e filhos." 
Johann Schiller

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