terça-feira, 10 de maio de 2011

IDENTIDADE: QUEM VOCÊ É NA EMPRESA?

*Por Dra. Yeda Cirera Oswaldo

Quando estamos pesquisando ou falando de identidade sempre surge uma pergunta: Quem realmente eu sou? E quando os indivíduos respondem essa pergunta, podemos dizer que estão buscando o autoconhecimento, a forma de agir e sentir, diante das pessoas e situações. Sendo assim a identidade individual orienta-se pela busca de si mesmo diante do contexto social e refere-se à percepção de si mesmo frente aos grupos.
Muitas áreas como a psicologia, teologia, filosofia, antropologia e sociologia têm procurado estudar a identidade, não só pela sua importância, mas por se tratar de um assunto complexo que está diretamente relacionado ao estudo da biografia de cada pessoa, suas características individuais e formas de comportamento.
É possível observar nas novelas, nas histórias policiais, nos filmes de espionagem que alguns personagens assumem várias identidades, principalmente os super-heróis que têm sua identidade secreta. No entanto, esse assunto não se restringe somente à ficção, sendo uma prática vivenciada em várias situações do cotidiano.
Nos ambientes de trabalho a identidade está relacionada às interações dos indivíduos com os diferentes grupos, com o trabalho e a empresa. É natural que o sujeito assuma determinada identidade social para ser aceito, assim como para adequar-se às características na empresa. Nesse caso, quando o papel assumido é compatível com sua identidade, esta é componente importante no processo motivacional do profissional e ajuda na construção de uma boa autoestima. A identidade do indivíduo construída em relação ao trabalho e à empresa está vinculada:

a) ao trabalho que realiza;
b) à cultura da empresa;
c) à carreira que imaginou e projetou para si;
d) aos relacionamentos vivenciados no processo de trabalho.

O problema surge quando o profissional assume papéis que na maioria das vezes são altamente conflitantes com seu verdadeiro “Eu”.

Segue exemplo real, outro dia eu atendi uma profissional que trabalha em um banco onde se apresenta como uma pessoa calma, estável e dinâmica enquanto que na família mostra reações agressivas com os filhos e o marido, sem paciência para lidar com as situações familiares. Essa pessoa está passando por conflitos uma vez que construiu uma identidade para ser aceita e reconhecida pelos companheiros de trabalho, diferente das representações assumidas no contexto familiar, gerando a inevitável pergunta: Quem sou eu?
Quando o indivíduo assume papéis tão incongruentes e distorcidos de si mesmo, passa a ser uma doença, e esta permite renegar sua própria identidade.

Segue outro exemplo; o caso de um motorista de uma empresa que de tanto admirar o engenheiro, passou a se vestir como ele, a falar como ele e a imitá-lo até mesmo na assinatura. Chegou ao ponto de se recusar a seguir determinações superiores porque se imaginava mais que seu próprio chefe.
Buscar a própria identidade significa muitas vezes entrar em contato com temores, traumas e situações que ocasionaram sofrimentos, pois para compreendermos o que somos é necessário uma autorreflexão constante, momentos que as pessoas compreendam a si mesmas - o que não é uma tarefa fácil - mas necessária na busca do autoconhecimento.

Ninguém pode ser escravo de sua identidade: quando surge uma possibilidade de mudança é preciso mudar.
Elliot Gould

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