terça-feira, 23 de novembro de 2010

EMPRESAS DOENTES

*Por Prof. Yeda Oswaldo

Tal como os indivíduos, as empresas tanto podem ser saudáveis, quanto podem estar doentes. Independente do porte, tipo ou setor qualquer empresa pode ser acometida por doenças organizacionais. E quando estão doentes, são especialmente vulneráveis. Por isso, diagnosticar o quanto antes se uma empresa apresenta alguma patologia pode evitar uma série de conseqüências que podem variar de queda do desempenho, produtividade e lucros até mesmo a mortalidade.
Com o tempo, as empresas doentes contaminam seus colaboradores, que mais cedo ou mais tarde também adoecem. Por essa razão nessas empresas ocorre grande número de afastamentos por doenças e alta incidência de acidentes laborais.
O trabalho na vida de uma pessoa desempenha um papel importante na sua identidade, o que contribui para formação de sua escala de valores, além de promover o sentido e objetivo da própria vida. Sendo assim, trabalhar em uma organização doente representa um estado de mal-estar para o trabalhador, como baixa aceitação, relacionamento interpessoal negativo, pouca autonomia e baixo crescimento profissional.
Muitas características das organizações no atual cenário mercadológico imprimiram um ritmo acelerado na vida do trabalhador tornando quase impossível que ele tenha tempo para a família, diversão e principalmente, para si mesmo. Nesse sentido, as pressões conjunturais fazem com que a empresa perfeita descrita nos manuais de administração não exista.
Talvez não seja possível encontrar a empresa ideal, mas empresas sadias existem. São aquelas que cultivam um hábito saudável de gestão, procuram resolver seus problemas antes que se tornem crônicos, a comunicação é eficaz, valorizam e desenvolvem o capital humano continuamente, incentivam a cultura do bem estar físico e psicológico, são perenes. Citem-se como exemplo a Natura, que por meio do seu Processo de Gestão (implantado baseado nos pilares de processos, cultura e liderança) constrói uma relação positiva com o meio ambiente e incentiva costumes saudáveis em seus colaboradores.
É possível avaliar se as empresas estão doentes e assim ajudar os gestores a criar mecanismos que possam tratar os problemas ou conflitos que desenvolvam tais patologias. A seguir apresentam-se alguns fatores que podem identificar se a saúde da organização está abalada:

1. O colaborador percebe a empresa indo mal, mas pela falta de autonomia e reconhecimento não faz nada para evitar o declínio;
2. Ninguém se oferece como voluntário, a pessoa faz somente o necessário;
3. Os erros cometidos, principalmente pelos dirigentes, são escondidos ou abafados;
4. Os conflitos e problemas da empresa são discutidos somente entre a alta cúpula;
5. O relacionamento entre as pessoas é formal e frio – os comunicados são top-dow (de cima para baixo) e não se admite questionamentos;
6. Quando acontece algum problema procura-se um culpado para punir e a maioria das pessoas acabam se escondendo;
7. Os relacionamentos interpessoais são contaminados ou reprimidos; a relação com o outro é sempre uma ameaça – nunca se sabe em quem confiar;
8. O colaborador bom e esperto é aquele que não se destaca, que não questiona e assim não corre riscos;
9. Os dirigentes em vez de serem facilitadores, emperram o processo de trabalho procurando erros em pequenas coisas;
10. As pessoas se isolam e se retraem não assumindo responsabilidades.
11. A empresa vive baseada na tradição, e não na realidade de mercado e de pessoas.

À empresa que apresentar a maioria dos sintomas acima, é recomendável que se trate o quanto antes com auxílio de especialistas. Uma das alternativas é a contratação de profissionais externos que enxerguem a situação sob uma perspectiva mais ampla e que possam diagnosticar os principais problemas da empresa. Com ajuda desse terceiro a empresa pode traçar estratégias inteligentes que recuperem sua saúde organizacional.
 
Aquele que não sabe, e pensa que sabe.
Ele é tolo. Evite-o.
Aquele que sabe e não sabe o que sabe.
Ele está adormecido. Desperte-o.
Aquele que sabe e não admite o que sabe.
Ele é humilde .Guie-o.
Aquele que sabe e sabe o que sabe.
Ele é sabio. Siga-o.
Bruce Lee

Um comentário:

  1. E nós dois ja conhecemos bem uma empresa que se encaixa direitinho nos erros apontados por esse artigo, por isso mesmo que não fazemos mais parte dela.

    Abraços

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