**Adaptação de Geraldo Minhaco Junior
Uma das mais conhecidas fábulas de Esopo fala de um velho e seu filho que levavam um burro para vendê-lo no mercado. Passando por uns moradores campesinos, ouviram esta observação :
- Vejam só aquele par de loucos ! Indo a pé, quando podiam ir confortavelmente montados !
O velho aprovou a ideia : ele e o rapaz montaram no burro e seguiram seu caminho. Não tardou que encontrassem outros homens a dizer:
- Vejam só aquele par de preguiçosos ! Judiando do pobre burro, cansando-o de tal forma que ninguém há de querer comprá-lo !
O velho e o rapaz ponderaram sobre a situação. E então, improvisando com um tronco de árvore, passaram eles a carregar o burro em direção ao mercado. Quase mortos de cansados, ao atravessar uma ponte, o burro soltou-se, caiu no rio e morreu afogado.
Essa fábula de Esopo, com mais de 2.500 anos, nos faz lembrar e pensar que em todas as épocas as pessoas, se quiserem estar de bem com a vida, têm tido necessidade de aprender a serem elas próprias, a orientar suas próprias vidas.
E a moral da fábula - não se pode agradar a todos - é tão verdadeira hoje como foi há muitos anos.
Ao longo dos séculos, os indivíduos sensatos - infelizmente, sempre a minoria - têm se convencido de que a chave do êxito pessoal é o conhecimento de si mesmo.
“Conhece-te a ti próprio”, aconselhavam os gregos antigos. Shakespeare escreveu : “Para ti próprio seja verdadeiro”. A concretização deste objetivo pode parecer fácil mas, na verdade, muitos de nós escondemos o que realmente somos.
Há algum tempo, um amigo, que já passara da casa dos 40 anos, disse-me que sonhava desde a juventude em cursar uma faculdade e que agora, que podia arcar com os custos do estudo, estava apreensivo por se achar já “velho “.
- Afinal, daqui há quatro anos estarei com 48 ! - lamuriou-se ele.
Só pude lhe dizer mais ou menos o seguinte :
- Se você for ou não for para a faculdade, daqui a quatro anos, quer você queira ou não, quer tenha se formado ou não, você estará com 48 anos de idade...
E é isso que devemos levar em conta : nosso centro de egocentrismo. Seja ele auto-respeito, auto-admiração, auto-comiseração ou o que o valha, é ele o ponto de partida para você orientar a sua vida. Defina-se! Determine o que é que faz você...ser você ! Então, ao saber melhor quem é e qual é seu papel nesta vida, não deixe que ninguém e nada o convençam a ir contra você mesmo.
Uma vez que você esteja do seu lado e logo que decida agir no seu próprio interesse (isso não quer dizer atitude egoísta, muito pelo contrário : significa posicionamento e confiança em si mesmo), começará a ver possibilidades e perspectivas que nunca sonhou que existissem.
Num de seus poemas, Goethe, o maior dos escritores alemães, expressou essa idéia admiravelmente :
“Qualquer coisa que você for capaz de fazer ou que sonhe que é capaz, comece-a.
A coragem traz consigo gênio, poder e magia”.
Coloquemos mais coragem e confiança nos nossos atos. É o primeiro passo para que conquistemos nosso merecido quinhão de felicidade neste vasto mundão de Deus.
Aquele que obteve a posse dos dons da criatividade, da compaixão, da expressão, da lucidez, da liberdade, da alegria, do desapego, da generosidade e de tantos outros valores universais, é como o homem que juntou o tesouro que "a traça não rói, a ferrugem não come e o ladrão não rouba".
(autor desconhecido)