quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Coroneis de Partidos, Marionetes e o Seu Voto por tabela...

*Por Ricardo Galzerano
**Adaptação Geraldo Minhaco Jr
 
“Tiririca é um fenômeno sintomático da política atual não (ou não só) pelo que representa, mas pelos interesses escusos que o patrocinam”. (Fernando de Barros e Silva, jornalista).

O que o analista político Fernando de Barros e Silva, da Folha de S. Paulo, quis dizer é mais ou menos o seguinte; os coronéis dos partidos (a maioria deles mais enrolada com questões judiciais do que novelo de lã) lançam sujeitos populares que não entendem nada de política para serem “puxadores de votos”.
Aí, esses “puxadores de votos” acabam elegendo, no vácuo da Lei Eleitoral, esses desgastados coronéis. Que, entretanto, sabem manipular as jogadas políticas as mais escusas. E os “puxadores de votos” (artistas, comunicadores, atletas, etc.), que não entendem bulufas das tramas de bastidores da vida pública, se tornam marionetes desses eternos coronéis. O Datafolha diz que a candidatura Marina Silva cresce entre os mais escolarizados, pena que o País seja composto de maioria menos escolarizada...
Por isso, toda vez que se vota num sujeito conhecido mas que nunca esteve ligado à política, tenha-se a certeza: está se votando, “por tabela”, num desses malandrões que, décadas a fio, enriquecem e definham a democracia nesse país.
Alguém pode perguntar: por que existem ainda pessoas que votam em candidatos caricatos? Porque a maioria do povo brasileiro não tem nem educação formal, quanto mais educação política. E a educação formal, a das escolas, não melhora no Brasil porque é do interesse desses coronéis da política que permaneça assim.
Há 40 anos, as melhores escolas públicas de primeiro e segundo graus no Brasil (onde tudo começa, onde a base da pirâmide educacional e cultural do indivíduo se sedimenta) eram as públicas. Só ia para as escolas privadas do ensino fundamental quem não gostava de estudar. Hoje isso se inverteu.
Com o crescimento desordenado e progressivo da população brasileira (éramos 90 milhões em 1970, hoje somos quase 200 milhões), o que se fez? Massificou-se a educação pública. E esta despencou de qualidade. E assim vai continuar até que algum governante resolva fazer uma revolução nessa área.
Precisamos de um presidente que faça na área da educação o que o tresloucado Collor fez com a indústria automobilística nacional, quando chamou nossos carros de carroças.
Precisamos de um “cabra macho” que não fale com orgulho que chegou à presidência sem ter estudado, como disse desastrosamente o presidente Lula, tempos atrás. Pelo contrário: precisamos de alguém que diga que, sem estudos e muita, muita dedicação, dificilmente se chega a lugar algum.
Agora, fica a dúvida: eles, os eternos detentores do poder, querem um povo brasileiro mais instruído, melhor informado? Não querem. Mas aí reside o grande impasse; sem um povo mais preparado, educacional e culturalmente, o progresso que o país está vivendo vai chegar a um limite, vai bater no teto.
Para um país avançar economicamente, ele precisa de profissionais preparados. Do contrário, ele chega a um ponto máximo e, aí, é ultrapassado em produção, exportação e consumo por aqueles países que fizeram “o dever de casa”, que investiram e investem maciçamente na educação décadas a fio.
Os exemplos estão aí, visíveis. É só nos informarmos um pouco para vermos que, sem educação, não há futuro, não há solução, num mundo cada vez mais tecnológico, em constantes mudanças.
Somos um País de maioria menos escolarizada graças a Lula, a FHC, a Itamar, a Collor, a Sarney, presidentes da era da redemocratização brasileira e que relegaram a educação pública fundamental a segundo plano.

A cada dia, mais e mais a política brasileira confirma o velho, sábio e chulo provérbio popular que diz: ''não tem virgem na zona!''

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